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Entrevista: a importância de se manter ativo após a aposentadoria

Entrevista Sinara K - Importância de se manter ativo após a aposentadoria

Quando começa a chegar a hora de se aposentar, surge um questionamento bastante importante: como será minha vida após a aposentadoria? Devo continuar trabalhando? Investir em um hobby ou em um negócio próprio? Sair para viajar?

As respostas para as questões acima são muito relativas, porque dependem muito de pessoa para pessoa, do estilo de vida, vontade, recursos financeiros, desejo de cada um. Mas qual é a importância de se manter ativo após a aposentadoria?

Muitas pessoas não conseguem se ver sem trabalhar mesmo após se aposentar. Outras pessoas não veem a hora de se aposentar para nunca mais precisar trabalhar.

Tudo depende da pessoa e não se pode julgar a vontade de cada um, também depende das reservas financeiras que conseguiu fazer durante a vida, mas a questão é: como se aposentar e manter uma rotina ativa para envelhecer com mais qualidade de vida? Como manter uma vida de propósito e a mente afiada?

Também é uma questão de saúde

O que se sabe é que envelhecer com saúde requer se manter em movimento. Não se pode deixar de desafiar o cérebro, de ter desafios. Não é bom se acomodar demais. Então, continuar trabalhando é uma opção que se encaixa. 

Um caso real

O EuPOSSOmudar apresenta nessa publicação, entrevista com alguém que se aposentou e decidiu por continuar trabalhando, investindo em um projeto próprio. Você vai saber como está sua vida pós aposentadoria, qual a importância para ela em ter mantido uma atividade, como é sua rotina, quais suas perspectivas de futuro.

Com esse depoimento pretendemos trazer um caso real sobre o assunto para que você possa refletir, tirar suas próprias conclusões, se inspirar e pensar a respeito.

Sobre a nossa entrevistada:

Nome:  Sinara Kessler
Idade: 59 anos
Profissão: Funcionária Pública Estadual aposentada e Artesã
Site: www.sissaatelie.com.br
Facebook: https://www.facebook.com/sissaatelie/
Instagram:  em breve

EuPOSSOmudar (EPM): Com quantos anos você se aposentou?

Sinara Kessler (SK): Eu me aposentei com 53 anos.

EPM: O que você pensava em fazer após se aposentar? Já pensava em continuar trabalhando?

SK: Já tinha atividade no Centro Espírita ao qual me afeiçoei em 1995. Após atendimentos, resolvi estudar, e o trabalho como voluntária foi consequência.

EPM: Como surgiu o interesse por costura e artesanato em tecidos?

SK: Sempre via minha vó paterna costurando, ela era modista e achava muito legal. Minha vó materna também costurava para nós, e vendo estas amadas, esta vontade sempre esteve em minha mente. Cheguei a comprar uma máquina para começar a aprender, mas as tarefas eram muitas, no trabalho, em casa, com o filho, e não consegui concretizar.

EPM: Esse interesse já estava presente antes de se aposentar?

SK: Logo que me aposentei já tinha este objetivo em mente e inicialmente queria aprender a fazer pequenas costuras caseiras, consertos, reformas, este tipo de coisa que sempre precisamos fazer e temos que buscar alguém fora. Comprei uma máquina bem simples e comecei a pesquisar na internet sobre costuras e tinha muita coisa, várias professoras e professores que de forma gratuita ensinavam diversas coisas. Fui aprendendo desde o básico, tipo trocar um ziper, fazer uma bainha em calça jeans, entre outros.

Passado algum tempo, minha mãe me pediu para fazer um jogo americano preto e branco para ela. Pesquisei e fiz um lindo jogo em patchwork que foi um sucesso! E como havia pesquisado a área do artesanato, comecei a amar tudo o que via, quando resolvi fazer uma coruja porta controle para nosso uso.

Quando publiquei no face minha coruja, a minha vida de artesã começou. Todos queriam corujas e fiz mais de 100 corujas naquele ano, percebendo que havia encontrado outra atividade, que além de me fazer muito feliz a cada peça produzida, poderia ser um novo empreendimento, algo que me traria lucro.

EPM: Era para ser um hobby ou sempre teve o propósito de ser um negócio?

SK: Era um hobby, mas vi que tinha talento, minhas peças vendiam sem esforço, poderia sim virar uma fonte de renda também.

EPM: Como você adquiriu o conhecimento e habilidade?

SK: Sempre gostei de trabalhos manuais, apesar de não ter muita paciência quando errava. Adquiri esta paciência porque quero tudo lindo, sem defeitos, bem acabado. Lembro sempre de minha vó Ieda que fazia lindas roupas perfeitas, e quando erro me sinto conversando com ela, como se ela me falasse: – Faz bem feito minha filha, é tão bonito, tu podes melhorar!

EPM: Qual foi o seu investimento em estudo e material?

SK: Meu material fui comprando lentamente, à medida que precisava ou quando o lucro era maior. Quando comecei não tinha nem lugar para costurar, sentava na poltrona do quarto e colocava a máquina em cima de uma escadinha onde meu marido adaptou uma prateleira larguinha. Meu material ficava em sacolas. E acredita que fiz toda a decoração do quarto de bebê do filho de minha amiga Fernanda Torres que mora na Alemanha! Ela me mandou as medidas das espumas para eu fazer as capas, além de me dizer as cores e o motivo da decoração. E ficou tudo lindo! Perfeito! Ela amou! Por isso acredito que quem quer realmente algo consegue.

Aprendi muito gratuitamente, algumas aulas compro de outros artesãos, e sou assinante da eduK que tem muitas aulas e técnicas importantes para desenvolvimento não só do artesanato e moda em si, mas também de empreendedorismo, marketing digital, fotografia, e outros itens que são de grande auxílio para quem quer aprender sem gastar muito.

EPM: Como você se sente em manter essa atividade hoje em dia? Qual a importância para você?

SK: Me sinto muito feliz, motivada a crescer mais. Estou sempre aprendendo coisas novas, e com o nascimento de minha neta Luiza, comecei a confecção de roupas infantis, que a pouco tempo resolvi colocar à venda também. Estou acreditando muito neste mercado e desejo crescer como empresária. Me tornei Micro Empreendedor Individual – MEI. Agora quero organizar minha empresa e realmente fazer dar certo.

Nova logomarca do Ateliê da Sinara.

EPM: Quanto tempo do seu dia essa atividade ocupa? Você tem bastante trabalho?

SK: Passo o dia trabalhando, começo cedo e faço intervalos onde tenho minhas atividades do lar, mas o tempo voa, parece que falta tempo para tantas ideias e criações. Meu expediente vai até às 18h, às vezes mais, e só não estou no ateliê quando meu marido chega do trabalho e nas sextas à tarde que dedico ao trabalho voluntário. Nos fins de semana procuro passear, descansar, porque realmente o trabalho é delicioso, mas cansativo, e precisamos também curtir a vida.

EPM: Pensando em significado e também em saúde, faria muita falta essa atividade na sua vida hoje?

SK: Com certeza! Sou uma pessoa muito ativa. Acredito que a saúde física e mental requer um objetivo, uma meta. Precisamos nos sentir produtivos, participantes e especialmente capazes. Desta forma afastamos depressão, dependência psicológica dos que amamos e que estão fazendo suas vidas e escolhas. Adquirimos alegria e harmonia íntima porque somos bem-vindos em todos os lugares, porque transmitimos nosso bem-estar.

EPM: Pensando financeiramente, faria falta o que você fatura hoje? É importante para o complemento do valor da aposentadoria?

SK: É muito importante esta renda extra, faz diferença no orçamento com certeza. Especialmente porque como funcionária pública estadual tenho sofrido bastante aqui no sul. 

EPM: Quais são os planos futuros? Pretende continuar investindo no trabalho? Por quanto tempo?

SK: São muitos planos e estou organizando a empresa que criei a pouco. Já pedi ao meu marido que me auxilie na publicidade, na parte administrativa, queremos fazer cursos de administração no SEBRAE e outros que nos auxiliem a crescer. É o começo apenas e espero que nunca pare!

EPM: Baseado na sua experiência, quão importante é manter um trabalho após a aposentadoria? 

SK: É necessário ter atividade. É preciso que o ser se mantenha com sonhos e realizações para manter a mente positiva e o corpo em movimento. É 100% necessário em minha opinião, porque aqueles que param se deprimem, querem voltar ao passado, sem viver o presente e sem sonhar para o futuro.

EPM: Que outras atividades você mantém?

SK: Como falei anteriormente, trabalho como voluntária duas vezes na semana, terças à noite e sextas à tarde. Estou vendo um horário para começar novamente a academia, também importante para a saúde e porque fico bastante tempo sentada costurando.

EPM: O que você diria para quem está prestes a se aposentar?

SK: Para que encontre algo que goste e deseja fazer antes de se aposentar, não deixe para depois. Tenho visto muitos que se deprimem após aposentadoria porque pensam que seria como as férias, mas férias acabam e o trabalho volta. Aposentadoria é para sempre, então busque o que deseja antes, aposente-se, faça as “férias” e após, coloque em prática o seu projeto.

EPM: Gostaria de fazer mais algum comentário?

SK: Foi muito legal ser entrevistada pelo EuPOSSOmudar, nem pensei que teria tanto a falar! Obrigada pela oportunidade

EPM: Como as pessoas podem conhecer o seu trabalho e fazer contato com você? 

SK: Tenho minha página Sissa Ateliê no Facebook e meu site ( www.sissaatelie.com.br ) onde podem ver minhas criações e fazer contato. Ficarei bem contente em receber a todos. Os contatos e pedidos podem ser feitos por mensagens. Em breve também estaremos no Instagram.

Galeria de fotos com alguns produtos Sissa Arts:

Veja mais:

Acesse mais fotos desses e de outros produtos nos álbuns Sissa Ateliê no Facebook.


Agradecemos muito a Sinara Kessler pela gentileza, disposição e contribuição com o EuPOSSOmudar. Ficamos na torcida pelo sucesso do seu Ateliê.

Esperamos que você tenha gostado da entrevista! É um caso real que com certeza vai inspirar você a buscar seus sonhos e objetivos sempre, não importa em qual momento e com que idade, mas principalmente nos faz refletir sobre a importância de se manter ativo após a aposentadoria.

Se você realmente se inspirou, tem vontade de investir em um sonho, em um negócio próprio depois da sua aposentadoria, vá em frente! Você viu que é possível!

Comece já a pensar sobre o assunto. Busque informação, converse com o SEBRAE da sua cidade, estude sobre a área do seu interesse, se prepare, e faça acontecer! Torcemos por você!


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